DEPOIMENTOS DE APOIO
Modelo de referência
Last updated
Modelo de referência
Last updated
Este modelo é composto de duas partes: (1) Orientação; (2) Exemplo.
Todos os parágrafos no depoimento pessoal devem ser numerados para que você possa fazer referência a determinado trecho de forma mais fácil ao invés de falar terceiro parágrafo da página X.
Se você puder lembrar das datas exatas dos diferentes incidentes, por favor as inclua. Entretanto, se apenas lembrar do mês ou do ano não tem problema. Tente ser o mais específica que puder, mas lembre-se que os eventos são importantes mesmo que você não saiba exatamente quando ocorreram!
[Seu nome]
[Data]
MODELO:
Meu nome completo é [SEU NOME (INSIRA SEU NOME DE SOLTEIRA)] e minha data de nascimento é [INSERIR DATA]. Eu sou [NACIONALIDADE]. Eu nasci em [CIDADE], [PAÍS] e atualmente resido em [ENDEREÇO COMPLETO]. Eu tenho [IRMÃOS]: [NOME DOS IRMÃOS]. Eu tenho [INSERIR INFORMAÇÕES DOS FILHOS SE TIVER], minha mãe [INSERIR NOME] é/era [INSERIR OCUPAÇÃO] e meu pai [INSERIR NOME] trabalha/ou como [INSERIR OCUPAÇÃO]. Meus pais vivem em [ENDEREÇO COMPLETO] e meus irmãos em [ENDEREÇO COMPLETO].
“Eu me casei com ela quando tinha 21 anos. Eu tive uma série de relacionamentos mal sucedidos nos últimos anos da minha adolescência. Meu primeiro relacionamento sério (Junho a Dezembro 2007) acabou abruptamente quando eu peguei a minha parceira dormindo com a pessoa que era minha melhor amiga. Meu relacionamento seguinte (Março a Novembro 2008) acabou porque minha parceira estava distante e não mostrava interesse em nada do que eu gostava. Eu conheci M quando tinha 20 anos. Alguns dos meus amigos estavam acomodados em relacionamentos duradouros e eu queria desesperadamente uma companhia. Minha amiga, S, que também fazia aulas de espanhol comigo à noite, disse que poderia me apresentar à companheira de apartamento dela (M). Eu conhecia S apenas há alguns meses (Janeiro a Julho 2009), mas pensei que valia a pena conhecer M. M e eu tivemos nosso primeiro encontro em um restaurante e descobrimos que nós duas gostávamos dos mesmos filmes e tipos de comida. Eu estava aliviada de ter conhecido uma mulher que era carinhosa e parecia leal, e mesmo com uma personalidade forte eu não liguei. Naquele tempo foi bom bom estar com alguém que não tinha medo de compromisso e que me dava tempo. Mal sabia eu que ela iria se transformar em uma agressora que me causaria dor, depressão e me levaria a considerar o suicídio.”
4. PRIMEIRO ESTÁGIO DO ABUSO /a partir daqui. Coloque os eventos em ordem cronológica e numere os parágrafos. Inclua um incidente mais significativo por parágrafo, a maior quantidade de detalhes que conseguir lembrar e relacione à evidência coletada que corrobore o que você está falando.
“O primeiro sinal do abuso começou pouco depois que nós casamos. Ele era muito exigente, ficava facilmente com raiva e constantemente me fazia sentir culpada por não lhe dar atenção suficiente ou não ser uma boa esposa. Não importava o quanto eu me esforçasse para atender a todos os seus pedidos, ele sempre achava um jeito de reclamar e me fazer sentir mal sobre mim mesma. Às vezes ele me chamava de preguiçosa, inútil. Uma vez, depois de chegar em casa de um encontro com um amigo, ele me chamou de vadia. Poucos dias após o casamento, nós estávamos nos arrumando para sair com os pais dele. Enquanto eu me vestia, minha sogra entrou no quarto e disse para eu usar um vestido que ela gostasse. Como já estávamos atrasados, eu disse a ela que usaria outro dia. Minha sogra lançou um olhar para o meu marido e saiu do quarto. Eu pedi desculpas, mas ele começou a me chamar de ‘vadia ingrata e mal educada’ e me mandou trocar de roupa, levantando as mãos de raiva. Eu me encolhi. Estava em choque. Eu coloquei o vestido em questão e pensei que talvez isto fosse pressão de casamento recente. Eu não contei a ninguém sobre isso. Eu suprimi as lágrimas. Na semana seguinte, ele me xingou de novo e com o tempo a tortura mental e o abuso psicológico viraram rotina. As primeiras semanas após o casamento foram sufocantes - eu me sentia inútil, deprimida e era constantemente degradada. Na época, eu não percebi que a agressão verbal e a possessividade eram sinais de abuso. Com o tempo ele também começou a usar força física - primeiro ele me empurrou enquanto eu tentava arrumar a mesa para o jantar, me criticando e me chamando de vadia inútil. Às vezes ele me dava tapas quando ficava irritado. Ao longo das semanas e meses, o espancamento começou a ficar pior e eu frequentemente ficava em casa para esconder os machucados.”
5. PRIMEIRA VEZ QUE VOCÊ REVELOU O ABUSO PARA ALGUÉM
“Em uma noite de verão em 2014, pode ter sido nas últimas semanas de junho, depois do meu marido ter chegado em casa do trabalho, ele começou a ficar irritado com coisas pequenas. Ele não ficou feliz quando viu que eu estava falando com minha mãe quando ele chegou. Eu disse a ele que aguentava muito o mau comportamento dele, mas que ele não tinha direito de controlar quando eu falava com minha mãe. Ele ficou muito nervoso e jogou um copo na minha direção. Ele chamava a mim e meus pais de vários nomes abusivos, como ‘prostituta, boceta, desgraçada’. Eu comecei a chorar e ele me pegou pelo cabelo e me arrastou. Ele rasgou a minha blusa e bateu minha cabeça contra o chão. Eu comecei a sangrar e tentei resistir e empurrá-lo. Ele me deu um soco no rosto e me chutou até que eu parasse de lutar. Ele saiu da casa e me deixou trancada, falando que me mataria se eu chamasse a polícia. Naquela noite eu senti que ele realmente iria me matar, então eu liguei para minha mãe. Ela ficou chocada. E me perguntou por que eu não tinha contado antes. Eu falei que ela mesma tinha me alertado que era meu trabalho fazer o casamento dar certo e que eu se eu reclamasse das coisas não estarem funcionando, que as pessoas iriam dizer que ‘a mãe dela não a ensinou a ser uma boa esposa’. Minha mãe me disse para ‘ser paciente e rezar para Deus. Que ele faria as coisas darem certo. O que eu quisesse minha fé realizaria’. Eu implorei para que ela me ajudasse, mas ela simplesmente me disse para aceitar meu destino.”
6. PRIMEIRA VEZ PEDINDO AJUDA
7. DESCRIÇÃO DO DIA A DIA
“Nós mudamos para um novo apartamento em Janeiro de 2013 eu apanhava quase todo dia dos meus irmãos e meus pais. Toda vez que eu tentava convencer meus pais a me deixarem ir para a universidade, eles me socavam, beliscavam e me trancavam. Minha mãe me dava tapas o tempo inteiro e meu pai normalmente me dava socos ou gritava comigo, ameaçando quebrar minhas pernas. Tem um arquivo de áudio [Evidência 12] que mostra um destes incidentes. Meu irmão mais novo é particularmente abusivo. Ele faz pequenas coisas para me causar problemas. Ele alega que eu estou tentando escapar pela janela e depois grita pelos meus pais, sendo que eu estava apenas vendo televisão. Ele comete abusos verbais constantemente. Eu não tinha nenhuma confiança e nem condições de ajudar a mim mesma. A única coisa que eu conseguia fazer era chorar. Eu frequentemente me sentia tão deprimida que eu nem conseguia me convencer a me vestir. Meus pais me falavam ‘você é um problema e um incômodo para nós e até você se casar e ir embora, você vai fazer o que nós mandarmos, o que nós quisermos’. Não tinha saída nenhuma do inferno. Eu não tinha acesso às chaves, então não podia sair do apartamento. Eles saíam para jantar e me deixavam trancada. Eu tinha que implorar por coisas básicas, como assistir televisão, usar internet ou passear na sacada.”
8. O MOMENTO DE VIRADA - A DECISÃO DE IR EMBORA
9. DEPOIS DE IR EMBORA (se você já tiver ido embora)
“Depois que eu o deixei (18/12/2010), ele começou a me mandar mensagens abusivas e ameaçadoras. Ele disse que ‘vou ter achar e quebrar as suas pernas’ e que ‘eu vou dizer para o mundo inteiro que você estava me traindo para que ninguém respeite os seus pais. Eu vou fazer a sua família se voltar contra você, vadia. Só espere e veja!’. Eu costumava receber de 5 a 10 mensagens assim todos os dias e mais ou menos 100 ligações. Eu estou juntando as capturas de tela do meu celular (Evidência 55) e algumas das mensagens de texto recebidas (Evidências 66 a 72). Eu achava que ia ser só isso, mas dois dias depois que eu saí de casa ele criou uma página no Facebook chamada “Encontrar Zara”. Ele convidou todos os meus amigos e, pior, meus familiares para curtirem a página (Evidência 22). Ele postou mentiras sobre mim, dizendo que eu estava com ele apenas pelo dinheiro e que eu tinha achado um namorado mais rico com quem eu tinha fugido. Eu fiquei horrorizada ao perceber que toda a minha família podia ver, já que na minha cidade este tipo de acusações escandalosas custam a vida de mulheres. Eu estou anexando capturas de tela da página do Facebook e alguns dos status como Evidência 34. Todos os meus parentes começaram a se referir a mim como a menina ‘impura’ e meus pais ficaram envergonhados. Eles me rejeitaram. E começaram a me ameaçar através de mensagens de texto e me dizer que eu deveria voltar para o meu marido agressor ou eles iriam chamar a polícia. Também estou juntando a gravação de uma ligação de telefone e sua transcrição nesta pasta, a qual mostra a atitude dos meus familiares em relação a mim (Evidência 9).
Este modelo é para a pessoa que vai escrever o depoimento, como amigos, família ou profissionais que você teve contato, por exemplo. Envie isto para ajudá-los a escrever o depoimento.
Eu, [NOME DA PESSOA], atesto que tudo o que é dito neste depoimento é verdade de acordo com meu conhecimento.
Meu nome é [NOME], eu nasci em [DATA DE NASCIMENTO] em [LUGAR DO NASCIMENTO: CIDADE E PAÍS] e atualmente moro em [ENDEREÇO COMPLETO]. Eu sou [DETALHES COMO ESTADO CIVIL, SE POSSUI FILHOS, SE É IMIGRANTE, SE É ESTUDANTE OU TRABALHA, ETC].
1. Qual a relação de vocês?:
Por exemplo:
“[NOME] é minha irmã, mas depois que eu saí de casa para ir para a universidade nós perdemos contato. Eu só tenho notícias dela esporadicamente e quando ela visita minha família.”
ou
“[NOME] tem sido minha melhor amiga desde a infância e nós sempre compartilhamos tudo uma com a outra. Mesmo depois de casada, quando ela se afastou, eu consegui observar as mudanças que o relacionamento provocou nela e como ela sofreu com tudo isso.”
ou
“[NOME] tem trabalhado para mim pelos últimos [TEMPO DE TRABALHO]. Ela sempre foi uma boa funcionária e muito confiável. Mesmo que não tivéssemos um relacionamento próximo, eu pude observar o impacto que o relacionamento com [NOME DO AGRESSOR] causou nela.”
2. O que você sabe sobre o relacionamento abusivo e qual é sua opinião sobre ele
Por exemplo:
“Eu fiquei chocada quando [NOME] se casou tão nova com um homem tão mais velho. A família dele era muito hostil com ela e ficou claro para mim que os pais dela a forçaram a se casar.”
ou
“Eu pude observar as mudanças na [NOME] desde que ela começou o relacionamento com o [NOME DO AGRESSOR]. Mesmo ela estando apaixonada no início, ficou muito nítido que ele estava limitando a liberdade dela e tinha tendência a agir violentamente.”
ou
“Embora eu não esteja ciente dos detalhes exatos do relacionamento da [NOME], em várias ocasiões eu encontrei com o [NOME DO AGRESSOR] e ficou evidente para mim que ela se sentia ameaçada por ele. Eu também estava ciente de que a liberdade dela, mesmo para trabalhar depois do expediente, era restringida por [NOME DO AGRESSOR].
3. Qual foi a primeira vez que você ouviu sobre o abuso e como. Não esqueça de acrescentar detalhes importantes, como datas e horários ou pelo menos o momento aproximado, onde aconteceu, quem estava por perto e outros fatos para criar um contexto.
Por exemplo:
“Eu vi [NOME] no dia seguinte ao seu casamento [DATA]. Ela veio na minha casa [ENDEREÇO COMPLETO] para almoçar aproximadamente às [HORÁRIO] e me contou que o seu marido a tinha estuprado. Sendo muito jovem, ela não queria engravidar, mas seu marido a ameaçou por querer usar métodos contraceptivos.”
ou
“Poucos meses depois de se casar, eu conheci [NOME] e pude ver hematomas nos seus braços. Quando eu perguntei o que tinha acontecido ela disse inicialmente que não era nada sério, até que finalmente admitiu que o marido estava batendo nela e que se recusava a deixá-la sair e ver os amigos.”
ou
“Depois da [NOME] ter se casado com [NOME DO AGRESSOR] ela passou a ficar distraída no trabalho. Eu também vi hematomas e sinais de lesões nela. Ela começou a faltar alguns dias no trabalho até que parou de aparecer completamente. Como ela era uma boa empregada, eu entrei em contato com sua amiga [NOME DA AMIGA], que me disse que ela estava sofrendo abusos pelo [NOME DO AGRESSOR].
“Com o passar dos meses, eu comecei a conversar com [NOME] e descobri mais sobre a natureza abusiva do relacionamento dela. [NOME DO AGRESSOR] a proibia de sair de casa ou encontrar com amigos, fez com que ela pedisse demissão e batia nela todas as vezes que ela se recusava a acatar suas ordens. Eu pude ver ela se transformando da pessoa forte e feliz que conheci em alguém constantemente assustada, sem nenhuma autoconfiança e completamente frágil. Quando ela engravidou, ficou aterrorizada. Foi quando eu decidi ajudá-la a escapar daquele relacionamento e [TIPO DE AÇÃO LEGAL QUE VOCÊ ESTIVER SE REFERINDO: PEDIR ASILO/PEDIR O DIVÓRCIO/FAZER DENÚNCIA NA DELEGACIA].
DEPOIS INCLUA UMA DESCRIÇÃO DETALHADA DE TODOS OS ESTÁGIOS DO ABUSO QUE OCORRERAM QUE VOCÊ TEM CIÊNCIA E QUAL FOI A REAÇÃO DO AGRESSOR OU DA FAMÍLIA DA VÍTIMA AOS FATOS NARRADOS
Como aconteceu o seu envolvimento no caso? Você presenciou alguma situação de abuso? Você fez alguma coisa para ajudar?
Quais foram os eventos exatos (com datas) que você presenciou? Viu algum hematoma? Ouviu alguma discussão? Presenciou o abuso?
Você observou (1) o impacto que o abuso teve (mudança de comportamento ou caráter); (2), a reação da família da vítima ou do agressor em relação ao abuso?* Também inclua todas as experiências que você teve com o agressor: ele te assediou ou tentou te ameaçar quando percebeu que você estava ajudando a vítima?
Reitere os pontos acima, destacando a importância na vida da vítima.
“[NOME DO/A AGRESSOR/A] é um agressor. Ele repetidamente estupra, bate e abusa emocionalmente da [NOME]. Ele também me assediou e tentou me ameaçar quando percebeu que eu estava conversando do abuso com [NOME]. Ela foi privada da própria liberdade, forçada a cumprir todas as vontades dele e vive sendo culpada por tudo. A família do [NOME DO AGRESSOR] também culpa ela por qualquer situação, dizendo que ela não é uma boa esposa e fazendo com que ela se sinta responsável. Eles a tratam como se ela fosse sua propriedade, um objeto. Com o tempo o abuso ficou pior e [NOME] teme por sua vida se ela continuar [NO CASAMENTO/NO PAÍS/AS DUAS SITUAÇÕES]. Tendo visto ela mudar tanto com este relacionamento e presenciar o que era feito com ela, eu também temo pela vida dela, motivo pelo qual eu [REITERAR O QUE ESTÁ SENDO PEDIDO].
Nome completo
Data de nascimento
Endereço
Relação com você
Observações
nome
dia/mes/ano
rua, número, bairro, cidade, etc.
ex: vizinha
Qualquer outro breve detalhe que considere necessário