Como outras pessoas ajudaram suas amigas ou familiares

Entender uma situação através de relatos de quem já passou pela mesma experiência pode ser de grande ajuda. Se você está aqui, sabemos que é porque você gostaria de saber o que mais você pode fazer para ser uma fonte de apoio e suporte. Abaixo nós compartilhamos conselhos de pessoas que já apoiaram suas amigas vivenciando abuso doméstico, ou sobreviventes que já tiveram amigas apoiando-as durante essa jornada. Isso pode te ajudar nas suas experiências.

Antes de compartilhar as histórias, nós gostaríamos de destacar a experiência de uma sobrevivente:

Tudo o que eu precisei foi...

Meu parceiro estava sempre reclamando sobre o “seu sofrimento”, e como ele era incompreendido. Além disso, ele tinha um temperamento terrível, que o fez partir para a violência comigo mais de uma vez. De toda forma, eu era sempre a culpada de tudo que acontecia comigo, com ele e conosco. Fui eu que tive que mudar para que ele ficasse melhor. Muitas vezes eu realmente queria que eu tivesse uma boa amiga naqueles momentos. Tudo que eu realmente precisei era alguém, qualquer pessoa, que teria se aproximado de mim e perguntado se meu relacionamento era ruim. Ou se alguém tivesse me oferecido ajuda e confiança.

Ajudando minha irmã

“Minha história é sobre ser uma irmã-amiga. Dizem que “você tem que se ajudar antes que qualquer pessoa te ajude”. Eu concordo 200%. Eu tentei ajudar a minha irmã a sair de um relacionamento ruim, oferecendo apoio moral, físico e financeiro, mas ela não estava pronta para colocar seus filhos sob esse estresse, que seria o resultado de qualquer decisão que ela tomasse. Eu acredito que as sobreviventes tem que estar prontas para perceber e ter garantia de segurança e bem-estar, se elas decidem agir contra o abuso ou violência de seus parceiros.”

Dica: Perceba que sua amiga/familiar tem que estar disposta a ajudar a si mesmo em primeiro lugar, para que um avanço ocorra, a paciência é a chave.

.Ajudando uma amiga

“Minha amiga estava em um relacionamento com um cara controlador por quase um ano. Tudo parecia normal no relacionamento (pela minha visão de fora) e ela nunca reparou em nenhum sinal, pois eles estavam muito apaixonados um pelo outro. Depois de um ano, eu conversei com ela, pois ele estava se comportando mal com ela - nada era culpa dele e ele sempre a culpava pelas coisas, ficava quieto por vários dias, fazendo ela sentir-se mal. Ela me contou sobre algumas situações durante o relacionamento em que ele foi muito controlador e manipulador. Ela disse que se sentiu estúpida por nunca ter reconhecido esses sinais. Ela estava com medo de encontrá-lo para terminar, porque ela não sabia como ele iria reagir. Nós fizemos um plano juntas e eu a apoiei muito, fiquei disponível para conversar a qualquer momento. Ela o encontrou em um lugar público, terminou com ele, e eu a orientei para gravar a conversa (apenas por precaução). Então eu a ajudei a tirar as coisas dela do apartamento dele, para que ela não precisasse encontrá-lo novamente.”

Dica: Leva tempo - você pode apontar todos os recursos e dicas que quiser, mas não seja agressiva e insistente. As pessoas precisam ter seu tempo de pensar e tirar suas próprias conclusões - esse é o único jeito para que uma decisão seja sustentável a longo prazo e sinta que foi correta.

Ter uma amiga me apoiando me deu coragem

“Nos momentos mais profundos do meu pesadelo, ter uma amiga foi a única coisa que me fez continuar. Sua perseverança em me encorajar a buscar ajuda e ser alguém que ofereceu firme e consistente apoio em um cenário tumultuado foi muito importante para mim. Um dia eu dei o salto e terminei com o meu parceiro abusivo. Não foi fácil, e sem a ajuda da minha amiga eu acho que não estaria vivendo uma vida tão positiva como estou agora, e sou eternamente grata por isso.”

Dica: Enquanto amiga, seja consistente e firme no seu apoio

Ser ajudada…

“Eu tive algumas amigas que me ajudaram a sair de um relacionamento abusivo há alguns anos. Levou tempo, muito tempo. Olhei para trás por muito tempo. Mas a única coisa que eu admirei foi a habilidade de escuta solidária das minhas amigas. Elas SEMPRE estaval lá para ouvir o que eu tinha para dizer, e me mantiveram sã.”

Dica: Não subestime o poder da escuta

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